No dia 26 de maio, foi realizada a aula inaugural da Turma 6, do Mestrado Profissional em Administração (MPA). A aula contou com a coordenação da professora Ana Burcharth e da diretora de Relações Institucionais, Marina Spínola. Ana abriu o evento, deu as boas-vindas aos participantes e convidou os professores do MPA presentes para darem as boas-vindas também. Foram registradas várias presenças de alunos e alunas egressos das turmas anteriores à turma do MPA.
Ana iniciou dizendo que fazer o mestrado é uma decisão ousada e corajosa e desejou sucesso e alegria a todos e a todas durante o percurso. Disse que programa forma laços de amizade e cumplicidade e que o Mestrado é um programa que traz a ciência para dentro das organizações. Na sequência, anunciou a agenda do dia e convidou a vice-presidente da FDC e presidente do conselho executivo do MPA, Rosileia Milagres, para a abertura institucional.
Rosileia falou da emoção de ver os participantes e os conselheiros no MPA presentes, apresentou a FDC aos novos alunos e falou também sobre o processo de revisão da estratégia, pelo qual a FDC passou em 2020, contando sobre uma das perguntas que permearam os trabalhos: “Quem queremos ser e qual é o papel da educação e das organizações? ” Rosileia disse que o tema da aula inaugural é muito pertinente e está alinhado aos grandes desafios da sociedade. Falou ainda sobre uma das escolhas estratégicas da FDC que é a de avançar para uma educação mais inclusiva, trazendo para seu escopo de atuação também a base da pirâmide. Na sequência, convidou o professor Samir Lótfi, coordenador técnico do MPA, para se apresentar. Samir se apresentou e contou que o patrono escolhido para dar nome e inspirar a Turma 6 foi Machado de Assis.
Em seguida, Marina iniciou a sua fala, dizendo que “a aula tem intenção de captar as dores da sociedade” e fez uma provocação para os alunos: o que suscita trabalhar o tema diversidade e inclusão no mestrado durante a pandemia? Marina apresentou alguns dados sobre o retrato da diversidade no mundo e trouxe vários exemplos de desigualdade com relação aos grupos minorizados. Falou ainda da importância de cuidar dos mais vulneráveis para recuperar a economia e de discutir nossas decisões a partir do outro. “Qual é o chão que a gente pisa? A FDC tem discutido muito isso, de como a educação é revolucionária e as organizações existem para gerar crescimento econômico e bem-estar social”. Marina convidou a executiva Mariana Rosa para dar um depoimento sobre o tema da aula. Mariana é executiva e mulher com deficiência, consultora do tema de inclusão e ativista dos direitos das pessoas com deficiência.
Mariana Rosa disse que “a deficiência nos compõe, não nos define. A sociedade produz barreiras para os corpos. A deficiência não é um problema meu e sim, de vocês, que produzem as barreiras. Uma em cada quatro pessoas tem deficiência no mundo, onde elas estão? Há muito pouco tempo foi dado às pessoas com deficiência o direito à escola comum. Há 30 anos lutamos por esse direito. E ainda estamos em processo de mudança. Somos 7 bilhões de diferentes no mundo. Existe uma matriz que é considerada ok. O que é diferente, é desviante. A diferença é intrínseca a cada um de nós. Há uma eleição arbitrária de características, uma hierarquização de características que são submetidas à uma aprovação. O direito ao convívio com o outro é negado, falar de inclusão não é um favor, é um direito, é justo e ético”.
Marciene Macedo, diretora de Pessoas da FDC e participante da Turma 6, ressaltou a questão geracional nas organizações e a importância do exercício de empatia. “As organizações existem para atender às necessidades humanas. Se não incluo todas as diferenças, já estamos errados na partida”. Marciene citou o lugar de privilégio de todos os presentes, por terem posições executivas e terem conseguido ingressar num programa como o MPA da FDC e destacou que o privilégio implica em responsabilidade.
O professor titular da UFMG, Alexandre Carrieri, um dos convidados para a aula, falou sobre Gênero, Diversidade e Trabalho: um olhar transversal para as organizações. Fez uma retrospectiva histórica sobre os papéis do homem e da mulher ao longo dos anos na construção do gênero, das desigualdades, do processo de discriminação da mulher na sociedade e nas organizações e ainda sobre a problematização histórica da subjugação dos grupos minorizados frente ao masculino, com piadas de mau gosto e falas equivocadas. Alexandre disse que “o comportamento é uma produção social antes de tudo”.
Ainda pela manhã, no Painel de Executivos, Elayne Corrêa Piasentini, vice-presidente de recursos humanos da Saint-Gobain e conselheira do Mestrado e Ricardo Garcia, CEO da Belgo Bekaert Arames, falaram sobre como foram tocados com o tema da diversidade nas organizações onde atuam. Elayne citou três passos para trabalhar com a diversidade: gestão, visão e percepção. A gestão diz sobre como estão os processos da empresa; a visão é a missão e a percepção é de como somos percebidos. Trouxe a importância do exemplo e destacou que “o exemplo arrasta multidão”. Por sua vez, Ricardo destacou a importância da conscientização “de cima para baixo” e que as ações devem estar ligadas ao discurso.
Ao final, o nosso colega Leonardo Assumpção, analista de desenvolvimento e líder do GT LGBTI+ da FDC, falou da importância do posicionamento das instituições com relação à temática da diversidade e da importância de dar voz às pessoas. Disse que é uma maneira de se sentir acolhido, de ser feliz, se sentir seguro. ” E a sensibilização tem que vir de cima, ter consciência do poder que todos têm de mudar o mundo”, concluiu. Ricardo encerrou a sua fala com a mensagem” não perca a capacidade de se indignar”. Em seguida, Elaine disse que “se indignar, ousar e se posicionar são coisas muito importantes”.
Marina Spínola agradeceu a presença de todos e todas e fechou com a letra da música Tente outra Vez, de Raul Seixas “queira, basta ser sincero e desejar profundo. Você será capaz de sacudir o mundo”.
Todos foram convidados para o almoço. A agenda da tarde ficou por conta dos assuntos internos relacionados ao programa.